sexta-feira, 1 de outubro de 2010

"Banguelinha, não!"- a estréia como escritora teatral

           " BANGUELINHA, NÃO!!! "

Esquete teatral para três atores. 
Três personagens: 2 masculinos e 1 feminino
Tempo: 30 minutos

           O espetáculo conta a estória de Paulinho um menino que adora roer unhas, odeia escovar os dentes e morre de medo de dentista. Tudo muda quando ele descobre sua Fada Madrinha: a Fada Escovinha. Ser discriminado e lutador, que ensina uma série de coisas importantes para Paulinho, em especial cuidar dos dentes, e ir ao dentista.
           O texto busca com humor dismistificar a idéia assustadora que temos em relação aos profissionais da saúde, em especial o dentista. Além de informar o que pode ser feito para previnir as doenças bucais destaca a importância de um sorriso saudável.  

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              O espetáculo "Banguelinha, não!", estreiou 
na cidade de Rio Grande/RS, em  29 de outubro de1993, em 4 sessões
no DIA DO SORRISO do SESI, 
nas dependências Centro Esportivo do SESI de Rio Grande, tendo realizado no mesmo dia apresentações no CIEP de tal município. 
Tais apresentações fizeram parte da
  IV Semana de Prevenção de Higiene Oral da ABO 
( Associação Brasileira de Odontologia).


Com a seguinte ficha Técnica:

TEXTO e DIREÇÃO: Luciá Tavares
ELENCO:
ator/personagem
Daniel Plá...............................Paulinho
Cristina Neutzling............Fada Escovinha
Nilo Corrêa....................Dr. Murfy-O dentista


OUTROS EVENTOS EM QUE O ESPETÁCULO PARTICIPOU:

  • 4 Sessões no Dia do Sorriso do SESI Pelotas/RS em 19 de novembro de 1993, também dentro da  IV Semana de Prevenção de Higiene Oral da ABO  ( Associação Brasileira de Odontologia). 
  •  1 apresentação na AÇÃO GLOBAL de Rio Grande/RS, promovida pela REDE GLOBO de Televisão e SESI/RS, 1993;
  • 4 apresentações na AÇÃO GLOBAL de Guaíba/RS, promovida pela REDE GLOBO de Televisão e SESI/RS, dezembro de 1993;
  • IV FENADOCE- Festa Nacional do Doce de Pelotas/RS, Julho de 1995.


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Como comecei a escrever para o teatro

Entre uma infância repleta de livros, as cartas de meu avô, as fotografias antigas, as viagens, as boas notas em língua portuguesa ( e posteriormente em Literatura espanhola no Uruguay) e a muvuca familiar optei pelo momento em que as palavras passaram a ganhar evidência na minha vida:

       1993
            Tinha voltado do Uruguai e decidi que me dedicaria ao teatro. Eis que surge a oportunidade da minha companhia de Teatro (cia Z)  realizar um projeto para o SESI (Serviço Social da Indústria) de Porto Alegre/RS/Brasil, com diversas apresentações pela região sul do estado do Rio Grande do Sul.

Felicidade geral!!!

            Dez apresentações sobre a higiene bucal...

Balde de água fria!!!

           Mostrei o material para o Nilo Corrêa ( diretor da Cia Z) e ele me disse:

" É ótimo! Mas de onde vamos tirar um texto que fale especificamente da higiene bucal?"

            EU:  
            
            "É."
      
            Fui para casa.
            Nas semanas seguintes o pessoal do SESI ligando. E eu enrolando para ver se ganhava tempo e encontrava um texto sobre a temática solicitada. Comecei a imaginar que personagens teria este texto que eu buscava...

Criava cenas imaginárias e...
 Palavras e Frases...
                                    começaram a ser sussurradas pela fada imaginação no meu ouvido...


           O pessoal seguiu me ligando por cerca de dois meses ... Eu não encontrei um texto sobre higiene bucal...Liguei para o SESI e informei que seria impossível. No mesmo dia eles retornam:

"Olha eu vou enviar todo o material que eu tenho aqui sobre higiene bucal. você pode  conversar com a responsável aí na sua cidade, ela lhe explica o que precisa ser abordado na peça."

NÃO DÁ!!!

           Recebi tudo pelo SEDEX e ao acordar sem nem ao menos ter tomado o café da manhã (eu não passo sem café da  manhã) li tudo.
           Ao olhar o material do grupo que havia feito o trabalho no ano anterior percebi que a Cia Z de Teatro podia sim executar tal projeto. Marquei a reunião com a responsável do SESI de Pelotas/RS e ela listou os tópicos que precisavam ser abordados, me repassou um material informativo sobre o assunto. De um orelhão liguei para  que o Nilo me encontrasse no centro. No ônibus criei os personagens, as cenas me vieram...O diálogo era sussurrado por uma boca cheirando a pasta de dente bem no meu ouvido...

Uma FADA???

Sim:  a  FADA ESCOVINHA.

           Ao encontrar o Nilo nem deixei que ele falasse nada...Contei as minhas peripécias e idéias. Mostrei  o material, falei da reunião e do cachê...


"Me traz o texto!" -disse o Nilo

           Fui para casa e escrevi enlouquecida...
           No dia seguinte li o texto que havia escrito para o Nilo, que deu sugestões... E batizou o espetáculo com tal título...Fizemos um projeto de acordo com o material que havia recebido, anexei uma série de recortes de jornal com o histórico da companhia e o orçamento. Três dias depois (não existia internet naquela época) estava tudo praticamente certo com as datas e as cidades marcadas...

Que alegria...que medo!

           Viajei com Nilo para Rosário do Sul/RS, para fazer a iluminação do espetáculo solo de Paulo Autran (1922-2007), quando voltamos estreiamos o espetáculo...Este encontro me incentivou. Paulo Autran, o grande mestre do teatro brasileiro me disse:

"Escreva! Faltam escritores teatrais no Brasil. Não temos ainda um Shakespeare, um Moliére. Precisamos de gente para escrever teatro. E leia bastante."

           Aquilo me fortaleceu infinitamente, me fortalece até hoje!

           Passei a ler muito mais do que já lia.

           No dia que estreiei o espetáculo, fiquei louca de medo...Espiava na porta que servia de coxia improvisada, ao ver o primeiro riso uníssono do público tirei um pêso das costas! Sim eu era capaz de escrever algo, unindo informação a um teatro de qualidade calcado na boa interpretação dos atores.
O espetáculo era  simples (pelado) mas foi  ótimo!!!

E eu posso dizer que  tive bom motivos para sorrir naquele dia!!!

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